sexta-feira

68ª Volta a Paranhos - voltar a ser sub 40?

 

Depois da Maratona, de período de descanso activo, e do repensar e definir os objectivos mais próximos (dos quais farei um post à parte) chegou a época de fim de ano e das São Silvestres. Costumo participar em várias, gosto muito destas corridas à noite. Este ano escolhi Feira, Mozelos e Lourosa … e pelo meio tb me inscrevi na Volta a Paranhos, que não sendo uma São Silvestre é uma prova clássica e obrigatória.

Tinha dito ao João Sousa há umas semanas que gostaria de tentar baixar os 40min aos 10km novamente … a última vez tinha sido há mais de 8 anos atrás. Ele achava que já estaria em condições e eu tb achei que sim. No entanto as provas escolhidas não eram lá muito propicias … talvez a tentativa fique para inicio do ano, talvez em Espinho que é mais planinho.

Na Feira sabia que era impossível, em Mozelos tb, desde logo porque não tem 10km e pelo percurso. E Paranhos? Não é propriamente o percurso mais fácil, mas não custa tentar … nada tenho a perder. Foi quando decidi que iria tentar em Paranhos que decidi que Mozelos seria em treino forte, porque só tinha um dia pelo meio para recuperar. Só que no sábado ao fim da tarde, em Mozelos não me contive … curiosamente no domingo estava bastante bem, não demasiado massacrado … amanhã logo se vê como acordo.

E na 2ª acordei bem das pernas … vamos tentar, depois logo se vê. Tinha desencaminhado dois vizinhos (o Filipe e o filho Tomás) para esta prova. Iriamos juntos … infelizmente o Filipe teve um imprevisto, mas o Tomás veio na mesma, e ainda bem.

Estacionamento no sitio habitual, convívio habitual, no café habitual, com as conversas parvas habituais … foto de grupo habitual e aquecimento habitual. O que não foi habitual foi o ir mais cedo para a linha de partida. Não queria como nos outros anos, partir demasiado atrás. Se queria baixar os 40min, teria que chegar ao alto da primeira grande subida (ca. dos 4km) com uma média a rondar o 4m/km e para isso um primeiro km rápido seria fundamental.

todos os anos reunimos uma equipinha jeitosa nesta prova


os tempos a cada km do ano passado ... a bitola ...

Fiquei bastante à frente, digamos que numa 3ª ou 4ª linha dos comuns mortais. E não fiquei mais à frente porque não quis, havia espaço quando cheguei. Mas não me queria meter no meio dos tubarões que correm mais a sério e atrapalhar … estava óptimo ali. O que custa mais é estar ali parado uns 15 a 20 minutos à espera. O tempo estava fantástico para correr … apenas tinha sentido algum vento. Vamos a isto …

desta vez cheguei cedo à partida ...

a nossa máquina ... a pesar 40kg até eu ... mais de 30 presenças nesta prova

Sr.Paulino ... só Meias Maratonas são mais de 300 ... 

Mal se deu o tiro de partida o pelotão arrancou a grande velocidade e eu demorei apenas alguns segundos a passar o pórtico. Consegui começar logo a correr mas não logo ao ritmo que queria … mesmo ali e não sendo eu dos mais rápidos havia ali muita gente deslocada … o inicio é a subir, são umas boas centenas de metros em que fiz uma boa parte pelo passeio para perder o mínimo de tempo possível … custou … o coração disparou, as pernas pesavam um pouco, a respiração estava descontrolada … mas tinha que ser … logo a seguir viria uma parte a descer em que poderia dar para recuperar … e assim fiz o primeiro km em 4min certinhos …

Foto escandalosamente gamada na página da prova

O km a seguir é em parte a descer ou plano … é o regresso à zona de partida para receber os muitos aplausos e incentivos da malta que veio assistir … apesar do forte vento contra fiz um km muito bom … 3,41 … além de rápido, estabilizei os bpm e a respiração … era mesmo isto …

Agora vinham os dois km que eu achava fulcrais, praticamente sempre a subir em direcção ao centro da cidade … a primeira subida é a da partida/meta … depois cortamos à esquerda e temos umas 3 ou 4 centenas de metros mais planos para depois então cortar à direita e enfrentar a subida mais longa da prova …. tentei não baixar muito a guarda, forcei o que pude … resultado … respiração novamente descontrolada e pulmões a querer saltar-me da boca … mas aguentei firme e cheguei “cá acima” nuns impressionantes 3,56m/km de média para 4km… primeiro objectivo cumprido e com distinção …

Mas havia um preço a pagar … as pernas estavam bambas, e demorei bastante mais tempo a voltar a controlar a respiração do que esperava … ia valendo os incentivos das gentes pelas ruas do Porto … uma bela ajuda para não baixar o ritmo…. Km 5 a 4,01 para tentar voltar a controlar este corpinho …

Agora era aquela parte com 2km a descer (com passagem pela Constituição) em que queria ganhar tempo ao objectivo, para ter margem suficiente para as perdas que previa nas subidas dos últimos km. E acelerei …

Lembro-me de ir a uns “confortáveis” 3,40 – 3,45m/km quando senti uma picada na coxa esquerda … ó diabo … ainda andei uns metros e decidi abrandar e depois mesmo parar … foram apenas alguns metros, alguns segundos … e voltei à prova, primeiro mais comedido, depois a aumentar novamente os ritmos porque não senti nada … falso alarme? Talvez … já há alguns anos que arrisco pouco nestas situações … sigaaa … mesmo assim 3,55 no km 6 e 4,08 no km 7 que já incluiu uma bela de uma subida onde notei que já estava bastante desgastado …

As forças já eram poucas … especialmente a subir … e ainda havia uma bela de uma rampa para vencer … fiz das tripas coração para a vencer mas sei que perdi bastante tempo pq a média tinha subido acima dos 4m/km … nessa última grande subida deitei a toalha “mentalmente” ao chão … cheguei “morto” cá acima e achei mesmo que já não ia conseguir porque me senti nas lonas … mas a seguir descia …

… e eu desci, feito maluco … não sei a quanto, só sei que o km 8 foi feito em 4,02m, mesmo depois de uma subida em que os ritmos andaram quase a bater nos 5m/km.

Faltavam 2km e a média estava teimosamente em 4,01m/km … a minha cabeça oscilava entre o “csafoda, já é muito bom” e o “aperta-me esse cú caralho, estás tão perto de conseguir” … no km 9 optei pela parte do “apertar o cú” … embora a sensação fosse de ir super super rápido, a verdade é que o fiz apenas em 3,59 … a decisão ficaria para o último km ..

não me perguntem como consegui arranjar forças para acelerar … aproveitei uma boleia de um casal do Salgueiros …   nesta parte do percurso tínhamos muito vento de frente o que foi uma dificuldade extra … entrei na recta da meta, olhei para o relógio e tive a noção que iria dar … e deu, não por muito, mas deu caralhos … último km a 3,45 …

foi na queima, mas foi ... tempo oficial foram 39,58

done ...

Espectáculo … fiquei super feliz com isto … fiquei a mais de 2 minutos do meu RP na distância, mas isso são tempos que não voltam mais. Tenho que colocar as coisas no seu devido tempo, e nos dias que correm, fazer um sub 40 aos 10km é já um excelente feito para mim. E num percurso que não é dos mais fáceis … mais um sinal que estou no bom caminho.

Participei nas 3 últimas edições … sempre a melhorar … por este andar daqui a 10 ou 30 anos vou ao pódio 😉

em relação ao ano passado só no km 5 é que fui mais lento...

Uma palavrinha para a organização – mais uma excelente prova … 68 edições … caramba… espero que continuem durante muitos anos, eu se puder estarei presente.

Por fim registar a excelente prova do meu vizinho Tomás … que deu uma machadada valente no seu recorde pessoal aos 10km … 48,20m … muito bom, mas muito potencial para melhorar muito mais. Uma coisa de cada vez … para quem começou há pouco tempo já se começa a notar um certo vicio 😉 … pena foi o Filipe não ter vindo … uma luta Pai&Filho é sempre engraçado 😊

Quanto a mim, após 3 provas em 8 dias está na hora de dar algum descanso e manter os treinos … dia 20/12 voltamos às São Silvestres, agora em Lourosa.

Sigaaaa …

NOTA: agora nunca há fotos da prova a não ser pagas … a Fotop invadiu tudo o que é provas, grandes e pequenas … e está tudo bem - fazem um excelente trabalho. Cabe-nos a nós atletas decidir se as compramos ou não. Nestas 3 últimas provas a que fui sempre vi fotos minhas que estavam espectaculares, mas não o suficiente para que pagasse o preço que eles pedem por elas. Iria pagar mais pelas fotos do que paguei pelas inscrições. As organizações deixaram de ter fotógrafos próprios, pagos por eles, que cobriam as provas e nos ofereciam algumas recordações de forma gratuita. Paciência. Nas provas organizadas por nós, e enquanto pudermos, vamos manter os fotógrafos da prova com fotos que não serão cobradas aos participantes.

quarta-feira

São Silvestre de Mozelos 2025 - treino forte sqn

 

Foi uma semana complicada … na 2ª viajei para Zurique e andei a semana toda entre a Suiça e a Alemanha. Tive sorte com o tempo, esteve quase sempre seco, mas frio, com a máxima a não passar dos 5 ou 6 graus.

A SS da Feira deixou mossa .. fiquei com as pernas bastante massacradas… fiz 3 treininhos durante a semana, na 3ª apenas 30min a rolar, na 4ª umas series longas (3x2km) que saíram bem e na 5ª à noite mais 8km a rolar. O maior problema foi ter apanhado uma corrente de ar que me lixou as cruzes durante uns dias … a última noite na suiça foi muito má e a viagem de volta não foi muito melhor. 

apanhei bastante frio para treinar ...

mas os cenários eram engraçados...

Mas no sábado acordei bastante melhor e com vontade de ir à SS de Mozelos que se realizou ao fim da tarde. A última vez que tinha participado tinha sido em 2018. A distância continuava nos um pouco acima dos 8km, e a ser de duas voltas … o percurso era diferente, mas a dureza do sobe e desce constante mantinha-se.

A questão era como encarar esta prova. Estava igualmente inscrito na 68ª Volta a Paranhos que se realizava na 2ª feira a seguir, ou seja, 2 provas em menos de 3 dias. E como queria voltar a tentar correr os 10km abaixo dos 40min decidi que ia a Mozelos fazer um treino rápido. Está bem abelha 😉

Cheguei cedo para levantar o dorsal … por 8 euros tive direito a uma camisola técnica muito boa da 42k e uma senha para uma bifana e caldo verde. Ainda iriamos ter direito a uma medalha no fim, e bons prémios monetários para os mais rápidos – isto tudo por 8 euros. Imaginem!!! Fantástico.

camisola da 42k muito boa ...

Como ainda tinha tempo e estava com fome decidi ir a uma pastelaria, tomar um café e comer qualquer coisa. E deu-me vontade de “largar um javali” … era o 3º desde que saí de casa. Porra … voltei para a prova ainda a tempo de fazer o meu aquecimento … já estava de noite como deve ser numa São Silvestre … choveu o dia todo, mas S.Pedro iria ser amigo … parou a chuva bem antes do evento e assim iria ficar até ao fim. Quando arranco para o aquecimento volta a dar-me o pikinho ao fundo da barriga … “ó diabo” … olhei à volta e vi um mato … foi tiro e queda … 4x??? Espero que tenha sido a última largada 😉

Cheguei à zona de partida a poucos minutos do arranque … até estava mais gente do que esperava … ainda por cima hoje havia SS em Cortegaça/Esmoriz e em Aveiro … eram mais de 2 centenas de pessoas só na corrida. Deixei-me ficar mais atrás… afinal é apenas para fazer um treino forte … pois pois!!

com o Paulo Neves da nossa equipa

e encontrei o Sousa ... este gajo está em todo o lado...

Mal se deu o tiro de partida comecei a galgar … a partida é a subir … depois cortas à direita e tens quase 1km em que o percurso é ligeiramente a descer  … e abri a passada … quando dei por ela ia a 3,35 … csafoda … deixa ir … 3,52m no primeiro km, depois começavam as subidas e os ânimos refreaream … 4,11 no 2º km, para depois voltarem as descidas que me permitiram aumentar outra vez o ritmo … 3º km a 3,54m … estava a exagerar mas pensei para os meus botões …”deixa ir, forço na primeira volta e controlo na 2ª” … sim, sim!! o 4º km que incluía mais umas subidas e descidas intercaladas foi feito em 4,06m … depois era subir a recta da meta … e repetir tudo outra vez.

Na 2ª volta era para ir mais comedido … mas na subida apanhei um moço com camisola de trail e tentei (e consegui) apanhar a boleia … quando a coisa começou a descer eu fugi e embalado lá fui …km5 a 4,10m … agora vinham as piores subidas … e estava “sozinho” … agora é que vou acalmar mesmo …  ainda bem que não jurei!!

Mas ali um pouco mais à frente estava mais um colega que eu poderia apanhar e serviu de motivação para dar mais um bocadinho … e consegui … km 6 a 4,24m …

A prova está bem organizada … a malta da caminhada sai mais tarde e faz uma volta, o que faz com que na 2ª volta tenha apanhado vários grupos que nos batiam palmas e incentivavam … e nós não baixávamos a guarda!!!

Tinha agora mais um atleta à minha frente … ainda eram 50m e estava a andar benzinho … faltam 2km e eu tb já não estou muito bem … mas numa descida comecei a recuperar bastante terreno e encostei … era o Pedro dos Arrastasolas que conheço de outras andanças … km 7 a 4,02m … bela poupança .. faltava 1,5km … agora csafoda e entrei no carrossel final …

Uns 50m à minha frente mais dois … bem tentei, mas já não havia muita força e eles tb não estavam a dar muitas abébias … iam na luta um com o outro o que não ajudava … fossem sozinhos talvez não tivessem motivação … 8º km a 4,04m e estava na descida antes da subida final … consegui encurtar um pouco a distância para os dois mas nem perto cheguei … imitei-me a manter um ritmo forte até à meta … 8,4km a 4,05m/km de média, com um desnível acumulado de quase 250m… muito bom.

fonix... este numero persegue-me ... 

45º na geral em 214
11º M50 em 30 
Nada mau!!!


Não pude ficar para a bifana e caldo verde … tive que ir logo embora …

Muitos parabéns à malta da Juventude Atlética Mozelense por mais uma SS muito bem organizada.

As minhas pernocas estavam em bom estado … no domingo seria dia de descanso para na 2ª feira atacar em Paranhos… siga a camioneta…

terça-feira

São Silvestre "Cidade Palco de Natal" - voltinha no carrosel da Feira

a moça já começa a gostar das medalhas que o pai trás para casa.. 

Já dei o início à época das “São Silvestres” há mais de uma semana, mas a falta de tempo só agora me permite fazer o registo da que abriu as hostilidades, A São Silvestre “Palco de Natal” que se realizou no dia 30 de novembro em Santa Maria da Feira. Como era na minha terra, não tinha como não participar.

Depois da Maratona do Porto andei a meio gás durante as primeiras duas semanas … algumas poucas corridinhas para não perder o jeito e a vontade, um treinito de séries de longe a longe também para que o corpo não se habituasse à malandrice. Objectivo era recuperar da Maratona para depois aproveitar a “base” para objectivos futuros.

Inscrevi-me em algumas São Silvestres até ao final do ano. A ideia é aproveitar para ganhar ritmo de competição para em final de Janeiro ir à Meia de Viana tentar baixar o meu recorde pessoal. E tinha a esperança de voltar a correr 10km abaixo dos 40min … coisa que não faço vai para mais de 8 anos em provas – neste tempo todo acho que só por uma vez o fiz em treino, quando andava a preparar a Maratona de Sevilha em 2021. Mas não seria nesta …

O percurso não era propicio a grandes ritmos … 10km, duas voltas, com duas subidas ao Castelo da Feira. Um autêntico carrossel com muito pouco plano … um percurso que conheço bastante bem, pois uso às vezes em treino. A organização falava em 2000 inscritos, alguns atletas com provas dadas a nível nacional tinham confirmado presença… o facto de ter bons prémios monetários também ajudava … resumindo, ia ser uma bela luta.

Durante todo o dia esteve aquele tempo chato, chuva, algum vento, escuro, húmido … aproveitei a boleia do Bruno até ao centro da Feira … a ideia era no fim da prova fazer a recuperação até casa …eram apenas 2km. A chuva deu algumas tréguas um pouco antes da partida … ainda deu para confraternizar um pouco com a muita malta conhecida que por ali andava e para fazer um aquecimento bom. Hoje era para dar o litro.

o meu aguadeiro ... e bengaleiro tb .. deu jeito

poucos mas bons ...

A partida atrasou um pouco … ainda levamos com uma última chuvada, pois durante a prova nunca mais choveu.

Parti no primeiro terço do pelotão e tentei sair o mais rapidamente possível … as primeiras centenas de metros são a subir e coloca-nos logo logo o coração a bater a mil … depois desces até à Camara da Feira e percorres parte da zona velha da cidade até ao Rossio … sempre a descer, muito paralelo molhado … estava com algum receio, infundado porque as minhas sapatilhas não estavam a escorregar … 4,20m no primeiro km … agora era subir a primeira vez ao Castelo …

Senti logo a falta de força nas pernas… subir sempre foi o meu ponto forte .. mas já algum tempo que não é 😉 … tentei meter um ritmo controlado e consegui, mesmo nas escadarias de acesso ao jardins do Castelo onde se realiza o Perlim. Mesmo assim passei muita gente a subir … 4,44m neste segundo km …

Mal saímos nas traseiras do Castelo eu sabia que seria agora quase 2km a descer (apenas com uma subida/rampa pelo meio) por Fornos até ao Pavilhão da Escola Fernando Pessoa … e lá fui a dar gás para tentar recuperar algum tempo … 3,57 e 3,52m nesses km … a rampa pelo meio não é muito longa mas é lixada 😉

Depois entramos no parque onde realizamos as 24h de P … é a única parte realmente plana do percurso … 1km até passar na meta e dar a primeira volta por concluída … 4,17m para fazer esse km … não deu para fazer melhor, sentia-me já bastante desgastado … e passagem pela zona da meta para entrar na 2ª volta.

Custou-me horrores subir até ao centro da feira, e mesmo a aproveitar a descida pela parte velha o km 6 foi feito a 4,38 … bem lentinho … sou apanhado pela Cristiana e outra moça que veem na luta … colo-me para tentar apanhar a boleia mas na subida para o Castelo rapidamente fico para trás … não há força nestas pernas … parecia que me estavam a puxar para trás, tal era a dificuldade … fazer as escadas de entrada no jardim do Castelo a corrinhar foi um suplicio … mesmo assim volto a passar a moça que ainda há pouco vinha na luta com a Cristiana e tinha ficado para trás …

Na segunda metade da subida ao castelo reparo num vulto conhecido uns 20 metros à minha frente … é o Manel Bastos do Ronda … o moço é do meu escalão, mas nos últimos anos nem perto dele consigo chegar … das duas uma, ou ele vai mal ou eu não vou tão mal como me sinto. Foi a motivação que precisava … cheguei ao Castelo colado e na descida coloco-me ao lado “vamos Manel …” … e fomos … mesmo ele dizendo que estava “todo f@dido” e eu também não estar muito melhor, a verdade é que juntos conseguimos fazer o km seguinte abaixo de 4m/km …

Na rampa ele fugiu-me um pouco, mas mesmo mesmo no cimo da rampa consegui chegar e sair melhor para a descida até à Fernando Pessoa … fiz o km mais rápido de toda a prova na luta com dois outros atletas … 3,44m …

Voltava a entrar no parque, para o último km … já sem grandes forças fiz das tripas coração para não baixar demasiado o ritmo. Fui passado por um atleta de Ovar a uma velocidade estonteante e consegui passar dois atletas que iam mais nas lonas do que eu … 4,10 no último km, acabando os 10km em 42,50 a uma média de 4,16m/km. Nada mau para este tipo de percurso … fiquei satisfeito. Afinal ainda gasto meias solas 😉


bem bonita a medalha ...

Gostei muito da prova … gosto destes percursos desafiantes, gostei do ambiente criado, gostei de “correr” em casa. Quando na 2ª volta pensei que não dava mais do que cumprir calendário o Manel, sem saber, deu-me a motivação para voltar à prova ... obrigado Manel ...

Muitos parabéns aos laranjinhas que organizaram esta primeira edição e espero que o voltem a fazer e que de uma próxima tenham um pouco mais de sorte com o tempo.

Fui até casa num trotezinho que confirmou o que já desconfiava … estava todo empenado 😊😊😊. Faz parte .. próxima paragem ... SS de Mozelos daqui a uma semana para mais um carrosel.

caputa ...


quinta-feira

Maratona do Porto 2026 - saiu furada


Começo este post por dizer que acabei a minha 12ª Maratona do Porto, a minha 20ª Maratona de estrada (sem contar a de Roma 😉) e que as 3h20 e 37 segundos que demorei a chegar à meta correspondem ao meu 3º melhor tempo de sempre. Nada mau, não é?

Não, não é … fiquei muito longe do que pretendia. Mas vamos aos pormenores …

Sábado foi dia de manter a tradição e foi a família quase toda … levantar dorsal, espreitar as cenas de corrida à venda (sem comprar nada) e participar na Pasta Party … e tal como nos últimos tempos, portei-me muito bem … não toquei na cerveja por exemplo ☹ … a tarde foi tranquila e a noite tb, dentro do possível.


olha quem ele é ...

Meu Deus ... casava-me

Levantei-me às 5h para tomar o pequeno almoço a tempo e horas de fazer a digestão … tentei fazer tudo conforme mandam as regras. Deixamos a miúdas em casa dos meus pais (coitadas, terem que acordar tão cedo por causa das maluquices dos pais) e fomos ter com o Bruno ao Beto para tomar um cafezinho antes de zarparmos para o Porto, onde chegamos bem a horas.

O que depois nos atrasou um pouco foi a procura de uma casa de banho ... no Queimódromo as filas para as casas de banho (muito poucas para tanta gente) eram enormes ... a tropa manda desenrascar, não é?


Mantivemos a tradição da foto de equipa na rotunda da Anémona e depois o grupo separou-se … Américo, Leandro e Lima para um lado, Pikinita (que ia aos 10 com a Barbara) para outro e eu e o Bruno ainda conseguimos fazer um pequeno aquecimento que me deu bons sinais … estava levezinho 😉

Dora, Belmiro, Bruno, Américo, Euzinho, Lima ... falta o Leandro que não sabe onde fica a retunda da Anémona ...

O que não conseguimos foi chegar a tempo da partida ao bloco A (o das 3h15) pois as laterais estavam cheias de pessoal, atletas e gente que ia assistir. Não nos restou outro remédio que saltar as grades e entrar no bloco B quando a partida se deu … mas não foi por aí, 1 minuto depois estava a passar o pórtico … se calhar até foi melhor assim, pois nem deu para ficar ali muito tempo a pensar no que aí vinha …

Único problema é que o meu balão, o das 3h, já ia longe … sem stress … a minha táctica hoje era entrar no ritmo que precisava (ca.4,15m/km) ou um pouco acima até aos 30/32km e depois logo se via.

A subida da Boavista é o costume … muita gente … e mais uma vez muita gente que está deslocada, que parte em blocos que não são para os tempos que fazem, mas prontos … querem ir ali e depois é um problema para quem como eu quer entrar no ritmo. Até um senhor em cadeira de rodas a ser empurrado/puxado estava ali pelo meio naquela confusão … acho a ideia nobre e apoio como é lógico todas iniciativas deste tipo … mas qual seria a diferença para eles, partirem num bloco mais atrás? Talvez até fosse muito melhor, muito menos confuso … mas prontos …

1º km a 4,33, com alguns sprints pelos passeios … bem bom. O 2º km foi um pouco mais rápido para entrar na média … e depois estabilizei pelas ruas e ruelas de Matosinhos com o primeiro retorno aos ca.3km onde consegui ver que tinha ca. 1 min de atraso para o “meu balão” e mais importante, ver que os meus compinchas iam já todos bem colocados dentro do que era o objectivo de cada um, tal como eu.

… voltamos a passar junto à anémona, com muito público … lá pelo meio saía de vez em quando um “força Perneta” … eu não conseguia ver ninguém … ia concentrado … ia trocando algumas palavras com um ou outro companheiro de luta, era só … a chegar ao Porto de Leixões lembro-me de pensar que ia mesmo bem … ritmo e bpm controlados, a disposição/motivação era excelente, o tempo ajudava … será hoje? … não me deslumbrei, já tenho experiência suficiente para saber que isto é como acaba e não como começa … mas era preciso começar bem e isso estava a ser conseguido …

A subida para a ponte do Porto de Leixões relembrou-me que a Maratona do Porto não é ideal para tempos … aquela merda é inclinada e em paralelos … se fosse só esta parte estávamos bem, mas são muitos retornos, muitas rampinhas e alguns troços chatos em paralelos durante todo o percurso. 

Subi controlado e sem exagerar … atrás de mim uma voz conhecida grita “ahhh …desta vez treinaste….” … era o Fumo que com uma mochila às costas vinha a ultrapassar toda a gente … ele conhece bem aqui o ex-pupilo, deve ter tirado pela pinta que desta vez me tinha preparado para a luta … ao contrário de muitas outras vezes 😉

Aquela parte em Leça é um bocado chata, é o chamado encher chouriços … muito pouca gente a apoiar, andas ali um bocado abandonado … ca. dos 9km o primeiro gel (aliás, o 2º se contar com o que tomei antes de arrancar) … o plano dizia mais ou menos de 40 em 40min e era para cumprir …

Recta do Farol de Leça para mais um retorno … 10km a 4,14m/km de média, 42m30s … a distancia para o  "meu balão" tinh reduzido um pouco ... bons feelings … perfeito…

O regresso a Matosinhos correu igualmente bem … mais um retorno, mais uma rampa em paralelos para passar a ponte de novo para o lado de cá. Estas merdas quebram o ritmo e à medida que os km vão pesando nas pernas voltar ao ritmo torna-se mais difícil. Mas continuava bastante tranquilo …

Já do lado de cá, mais uma subidinha, prolongada e menos inclinada junto ao Porto de Leixões … do outro lado o Luis Trigo tinha abrandado e estava claramente à minha espera. Mais um retorno em que dava para ver que a distância para o “meu balão” se mantinha mais ou menos igual e que o Bruno e o Leandro continuavam bem na luta … encosto ao Luis … "então Luis?" … “vou desistir … hoje não estou com cabeça para isto” …. “tu é que sabes, não tens nada a provar e já tens as tuas sub 3h feitas” …

Fomos juntos até à rotunda da anémona, ali por volta dos 19km … um “boa prova” e um high five fizeram as despedidas … e siga … novamente “sozinho” … esta parte é um perigo … muita gente, muito incentivo, muita gente a berrar por mim … e as pernas aceleram mesmo sem querer e sem necessidade … procuro a Pikinita mas não a vejo … ainda deve estar a acabar a prova dela …

Não tarda muito entro na Avenida Brasil, novo gel e depois chego à meia maratona com 1h30m40s … perfeitamente dentro do objectivo … excelente e excelente tb a forma como me estou a sentir … algum desgaste natural como seria de esperar mas bastante bem … será hoje? … já acredito mais um bocadinho … mas calmex que ainda nem começou mais a sério …

meia maratona ... tudo sobre controle ..

A parte que nos leva da Foz, ao longo do Douro, até à Ribeira é bonita mas bastante solitária … já há muito menos atletas, já estás mais ou menos posicionado no teu lugar o que quer dizer que não ultrapassas nem és ultrapassado por muita gente … nas bermas das estradas lá vais encontrando algumas pessoas, mas poucas, apenas algumas zonas são excepções, com grupos de apoiantes, a maior parte estrangeiros … vale pela paisagem... mas como já conheço aquilo muito bem de provas e treinos, esse "incentivo" já não é assim tão válido para mim …

… os km passam bem, o ritmo está controlado e a minha mente vai distraída a pensar no retorno no Freixo por volta dos 30km … partindo do princípio que chego lá assim em razoável estado, ataco logo ou aguento e trato de recuperar o tempo mais tarde? … talvez não fosse má ideia ir ganhando algum tempo e tentar encostar ao balão ali pelos 35/36km e ir de boleia … isto só prova que eu estava confiante, se fosse já a gerir ou a sofrer queria lá saber como seria daqui a 6 ou 7 km, só queria saber era como sobreviver ao próximo km, não era? …

Perto dos 24/25km lembro-me de uma moça com um cartaz ao qual achei imensa piada … dizia “há 4 meses atrás isto parecia boa ideia” … fartei-me de rir … por ser verdade 😊 … já vou um pouco mais cansado, mas continuo bem e mais importante, controlado, e perfeitamente dentro do objectivo. Será hoje? … já faltou bem mais, mas calmex que isto está quase, quase a começar …

Uns 200 ou 300m mais à frente a minha Maratona vira completamente de rumo … eu vinha a sentir desde o início um pequeno desconforto na inserção do musculo posterior da coxa na nádega esquerda … mas nada demais, nada mais que uma daquelas dorzitas que nos aparecem de vez em quando e que tão depressa vem como vão. Mas de repente, e sem que nada o fizesse prever, senti uma espécie de choque eléctrico na nádega a irradiar pela coxa … “Óh diabo, o que é esta merda?” … abrandei e rapidamente tentei voltar ao ritmo … a impressão (não lhe posso chamar dor) na nádega intensificou-se, mas não me impedia de correr …

… não demorou muito a levar novo choque … tentei alongar um pouco e voltar aos ritmos altos … agora já prendia um pouco … “caralho, agora não ….” … fiquei com receio, se por um lado queria aproveitar o bom momento por outro vieram-me à memória situações em que me lixei bem por causa de teimosias e faltas de respeito para com o corpo (como esta emViana que me arrumou durante muitos meses) … e agora? ... já há muitos anos me deixei daquelas maluquices de acabar custe o que custar ....

Baixei o ritmo para ver se a coisa passava … e descobri que ali entre os 4,45 e os 5m/km a coisa andava bem. Mas era uma merda, porque com esse ritmo ficava completamente fora dos meus objectivos para hoje. Não tive foi outra alternativa … ainda tentei várias vezes acelerar com a esperança que a coisa tivesse desaparecido, mas o prender da perna e uns choquezinhos eléctricos avisavam que não dava, não hoje.

Fazer o quê? Desistir? Não era caso para isso… seria apenas estúpido, estava na ponta mais longe do percurso, teria que voltar e tinha. Além disso dava para correr, só que não ao ritmo que queria …

Foram 17km muito penosos para mim … já não podia lutar pelo meu objectivo, estava fora dessa luta …. sobrava o chegar ao fim …. dos 25 aos 37 os km foram feitos entre os 4,40 e 5m/km … dependia se a coxa prendia mais ou menos, se caminhava mais ou menos … nem a sempre espectacular passagem pela Ribeira, a subida à Ponte e o público entusiasta junto ao tabuleiro inferior da Ponte D.Luis me animou … mar de gente, muita dela conhecida a gritar por mim … e eu ali apenas a meter um pé à frente do outro, resignado …

… os Run&Fun, o Pires e a família, o Álvaro, o Pedro Bastos e muitos outros … queria ter passado ali a voar e aproveitar o embalo deles … não era dia ... paciência …

Resignado é a palavra certa!!! Nunca fiquei chateado, ou revoltado com isto tudo durante a corrida … faz parte, qualquer prova é assim, mas a Maratona muito mais … a preparação é fulcral, mas no dia tudo tem que bater certo e nem sempre é assim. Há que saber aceitar …

Depois do retorno no Freixo lá estava o Fumo a incentivar a malta … “então Perneta, o muro dos 30km é lixado” … por acaso é e conheço bem esse gajo, mas ali não era esse o caso … não cheguei a bater nesse muro …

O que me deixou contente foi ver o Bruno certinho e com “boa cara” (como se isso fosse possível 😉) já nos 30km …. um pouco mais preocupado fiquei com o Leandro que vinha perfeitamente dentro do que queria fazer, mas um pouco pálido e a bufar … será que se vai aguentar das canetas?

Eu lá continuei no meu ram ram … fiz asneira em ter descurado a alimentação, deveria ter continuado a tomar os meus géis, mas já nem sei se não me lembrei ou se não quis porque achei que não valia a pena … ia arrepender-me …

Por volta dos 35km apareceu-me o Francisco que vive em Matosinhos … andava a fazer um treininho pela marginal e quando me viu decidiu fazer-me companhia até ao Castelo do Queijo …. e foi bom pq lá me foi distraindo um pouco e ajudou a que os km não custassem tanto. A partir dos 38km a coisa começou a apertar, comecei a sentir-me mais cansado e mesmo a coxa já me dava mais que fazer, mesmo a ritmos mais lentos … a solução era ir parando e caminhando um pouco …

Ainda encontrei o Xico Rebelo e a Marta … e pouco depois voltava à Avenida Brasil … 40km … faltam dois … aquela subidinha na Boavista para mais um retorno é lixada …. tinha-me imaginado ali muitasa vezes, nas lonas a tentar não perder o comboio … mais à frente vinha a última subida para a meta … estes 2 últimos km da Maratona do Porto são do caralho …

tem dói dói, tem?

vá ... já não falta tudo

… quando entrei no Queimódromo vi a Pikinita (e a Bárbara) e mais à frente a Flávia  … no meu filme perfeito teria as visto, ignorado e “sprintado” até à meta … na realidade deu para parar, cumprimentar e seguir … na recta da meta vi que dava para ficar nas 3h20 e dei um bocadinho à sola, não muito …. Feita!!!

… passar aquela meta teve um sabor agridoce … é sempre aquele cortar de meta especial que não se explica, mas por outro lado queria muito ter chegado ali uns 15 a 20min antes … não deu … a Maratona mais uma vez fez das suas …


feito ...

Fui buscar a minha medalha, a camisola finisher e a tradicional cervejinha e fui ter com a Dora … soube tão bem aquele abraço, um conforto que estava mesmo a precisar … a Dora sabe bem o quanto me esforcei para outro resultado …


por acaso acho que é a pior medalha das 12 que tenho da Maratona do Porto


A minha preocupação estava agora em saber dos meus meninos … “O Bruno fez uma prova do caraças, chegou logo depois de ti” …. 3h24 … Espectáculo …

Um pouco mais tarde lá vem o Leandro com um sorriso de orelha a orelha …”então?” …. “3h36” … espectáculo

Fiquei mesmo muito feliz pelo resultado destes dois meninos … já de há uns 3 ou 4 anos para cá, criamos um grupo de treino para a Maratona no whatsapp … cada um tem os seus objectivos e respectivos ritmos … o grupo tem o objectivo de motivar, de trocar ideias e às vezes até de treinar juntos … o Bruno queria fazer 3h30 e o Leandro apontou para as 3h40 … em ambos os casos seriam recordes pessoais por largos minutos … superaram e muito, e foi tão mas tão merecido pela preparação que fizeram … a verdade é que senti aqueles resultados como se tivesse sido eu, e dava gosto ver aqueles gajos meios mortos mas ao mesmo tempo cheios de vida 😊 … grandes maquinas!!!

olha a alegria deste

caputa ....

Os outros dois deste grupinho são raposas velhas e estiveram como eu… aquém …lolol … mas tb acabaram e agora tem mais uma no CV.

beber ok, já correr tá quieto...

Depois da Maratona ainda fomos cumprir outra tradição … fomos comer a francesinha, depois a ideia era ir até casa, banho e dormir um pouco.


sim ... Cola Zero ... e que?

Mas a minha Sara tinha outros planos … ela que dorme todas as tardes entre 2 a 3h, desta vez estava com a pica toda … foda-se!! Lol

Ó fodaice ...

Durante a tarde e noite tive um pouco mais tempo para pensar nesta Maratona … e fiquei um bocado aziado, confesso. Eu sabia que baixar as 3h seria muito difícil, mas um recorde pessoal acho que estava ao alcance. E da forma como me correu nos primeiros 25km tinha boas hipóteses … não deu desta vez.

Na 2ª feira já estava a pesquisar maratonas ali para a Primavera … já tenho umas opções em cima da mesa. Isto não fica assim … quero voltar a tentar, voltar a preparar-me bem, talvez corrigir um ou outro erro que possa ter cometido para ir à luta. Nada tenho a perder, muito menos a provar …

Por fim queria agradecer todo o apoio durante a preparação e durante a maratona de domingo. Sei que tenho muita gente a torcer por mim … é espantoso ver a quantidade de gente que no domingo me incentivou, pessoas que eu não conhecia pessoalmente, muitas pessoas a dizer coisasbdo tipo “é hoje que baixas as 3h” ou “estás atrasado para o objectivo” … mostra que sabiam para o que estava ali … oh páh … muito obrigado …

Obrigado à malta do meu grupinho de treino do whatsapp … além de motivador, o grupinho é muito divertido, pronto, parvo mesmo … para o ano há mais e estamos sempre abertos a gente que queira entrar no espirito.

Por fim queria agradecer aqui a duas pessoas que foram muito importantes neste processo.

Ao João Sousa por me “guiar” neste caminho, por aturar as dúvidas e o caos deste velhote, e encontrar o plano certo dentro da desorganização e falta de tempo que é a minha vida. Foste tu que conseguiste que eu voltasse a ter rotina de treino sem que desmotivasse e me mantiveste viva a esperança e convencido que eu sou capaz. Gostava de te ter “oferecido” um tempo muito diferente, mas considera um passo atrás para voltar a tomar lanço. Isto não acaba aqui. Ainda vais ter orgulho aqui do velhote. Escreve …

Por fim à minha Pikinita … sem ti seria impossível. Dizes que muitas vezes não sabes como conseguimos fazer tanta coisa … nem eu, mas a verdade é que conseguimos. Chama-se trabalho de equipa. Neste caso a tua parte foi aguentar as coisas por casa 😉 para que eu pudesse treinar, e mais que isso, muitas vezes a incentivar-me a ir. Tentei tirar o mínimo de tempo à família, muitas vezes treinando de noite mas a verdade é que tira sempre. Tive muita pena que te tenhas lesionado pois estavas a voltar a ter aquela motivação em correr e merecias muito a meta no domingo – é resolver isso para voltar. Obrigado por tudo, especialmente por aquele abraço!!!

Esta coisa já vai demasiado longa … até ao fim do ano vou fazer umas paragens por algumas São Silvestres, em janeiro talvez ataque a Meia Maratona em Viana para depois me dedicar novamente à Rainha das Provas de estrada ... ver se lá para Abril cumpro o que falhei no domingo passado.

Vamos falando…

sexta-feira

Maratona do porto 2025 - chegou a hora

 

Agora já não posso fazer mais nada ... é enfrentar o bicho...

A hora M, de Maratona, está a chegar … é já no próximo domingo. Tic, tac, tic, tac … já sinto aquele nervosinho de quem vai tentar fazer algo de muito especial, algo de um grau de dificuldade enorme para um “atleta” como eu.

Na 3ª feira fiz o último treino mais a sério … 14km, pelo meio 3x8min a 4,03m/km … pernas cansadas, um pouco perro, a última série foi arrancada a ferros .. perfeito!!! Já tenho experiência que chegue para saber que isto é normal, deve ser já a ansiedade a fazer das suas.

foi a levar com chuva e vento o tempo todo

feito ...

Estou muito orgulhoso do caminho percorrido até aqui, um caminho que começou algures ali em meados de Março quando decidi recorrer a ajuda de um treinador. Eu sabia que precisava de compromisso, precisava de alguém que me “orientasse” e adaptasse um plano dentro do “caos” de tempo que é a minha vida. O primeiro objectivo era ganhar rotina de treino e preparar uma base para depois entrar num treino mais especifico de Maratona.

Não foi nada fácil, mas com muita força de vontade e mais importante ainda, com muito apoio em casa, penso que terei correspondido ao desafio. Ganhei as tais rotinas rapidamente, tentei falhar o mínimo possível, treinei algumas vezes de madrugada, treinei muitas vezes depois do jantar, cheguei a começar treinos num dia e acabar no outro (será que contam como dois?)😉… muitas vezes não apeteceu, mas lá ia eu cumprir com o plano (lá está, havia um compromisso).



A Maratona do Porto é sempre no Outono, início de novembro. Para mim é uma época difícil para levar um plano mais a sério, porque em final de setembro, numa altura crucial da preparação, vou sempre uma semana inteira para uma feira em Itália. São 6 dias a levantar cedo e a deitar tarde, pelo meio 10 horas num stand, maior parte do tempo de pé. Á noite sempre jantares com ementas que eu adoro, muitas vezes acaba-se a noite com uns copitos … durante o dia sempre com comida por perto, o raio do catering no nosso stand é cheio de coisas boas e eu não gosto nada… por norma, numa semana dessas ganho 2 a 3kg, mesmo treinando. Por falar em treino, nessa semana só de madrugada. Não sobra muito tempo para descansar o corpo.


a melhor cerveja do mundo ... só bebi 1 ou 2 durante toda a semana

aiiiii .... não consigo resistir

vamos a mais um dia ...

estes são os reponsáveis por um catering cheio de coisas boas ...

menos pasta e pizza, e mais proteína ... e bem boa tb

Mas este ano portei-me lindamente … treinei quase todos os dias … 5h30 lá estava eu na rua … só não consegui cumprir o longo de 29km, foram apenas 20km no sábado de manhã, antes de iniciar a viagem de regresso a casa. Na alimentação tb me portei muito melhor que habitualmente … consegui controlar-me durante o dia e mesmo à noite tb exagerei menos do que o habitual … ahh… e evitei os copos de final de noite (quase sempre 😉)… consegui chegar a casa “apenas” com 1 kg extra.

treino feito, agora banho, pequeno almoço e siga para a feira

eu bem convidei os meus colegas, mas chegando a hora lá ia sozinho


o meu treino longo ... bem bom

Por falar em peso … este caminho já me fez perder entre 5 a 6 kg em 8 meses … procurei ajuda em início de setembro junto de uma especialista de nutrição desportiva. Já o tinha feito há uns anos atrás com bons resultados e sem dietas muito restritivas, apenas alguns cortes e adaptações à minha forma de comer. E desta vez foi igual, tb com bons resultados … a ideia não é perder peso, a ideia é ter uma alimentação mais adequada ao treino e recuperação. O problema é que desde que comecei a cumprir o plano de alimentação já estive uma semana em Espanha de férias, tive a tal semana em Itália, e agora em outubro já estou há 3 semanas fora de Portugal … andar de Hotel em Hotel, respectivos pequenos almoços, almoços e jantares em restaurantes … é muito complicado cumprir o que seria ideal – só a título de exemplo … onde é que se come uma boa sopa de legumes na Holanda, na Alemanha, em Espanha ou em Itália??? Não se come …. tenho feito o possível e a verdade é que o resultado não tem sido mau. Imaginem que nestas semanas pudesse ter estado mais por casa… não tenho dúvidas que os resultados teriam sido muito melhores ainda e isto reflecte-se na corrida tb. Estou muito orgulhoso deste caminho também!!!

em Março pesava 84kg


o peso mínimo que vi nesta balança foram 77kg certos.. 



não deixei de beber o meu copinho de tinto, reduzi muito foi nas bejecas

Há apenas um factor que não depende de mim e que é impossível eu conseguir controlar ou cumprir. O descanso.

O meu trabalho, com viagens constantes, obrigam-me a levantar a maior parte das vezes de madrugada, passo horas em aeroportos, dentro de aviões, faço milhares de km de carro sempre com a mala às costas de hotel em hotel … e isso, mesmo para quem está habituado, é muito cansativo. 

grandes secas apanho eu nos aeroportos ...

tento aproveitar os voos para dormir ....


muito café bebo eu...

uns trilhos de vez em quando, mas poucos (estes na Holanda)


um treino longo muito bom na periferia de Hannover ...

seguido de um belo jantar

aqui consegui comer uma sopa de abóbora com trufas ... estava boa, mas não chega aos calcanhares das nossas sopas na Tugalândia

por falar em Trufas ... este prato de Pasta com trufas na Alemanha estava divinal

sigaaa para mais um treininho ...


a única Pizza que comi em 3 semanas de viagem ... normalmente é dia sim dia não ...

houve um dia da semana passada em que chovia muito e decidi fazer os 12km em passadeira ... aguentei 2 e fui apanhar chuva lá para fora ... 

parou de chover, mas sujei as minhas sapatilhas da Maratona...

Só a título de exemplo, esta semana:

Domingo deitei por volta da meia-noite e levantei-me às 3h da manhã de segundo para apanhar um voo do Porto para Munique, depois voo de Munique para Hamburgo. Depois tive uma viagem de carro de 200km, uma reunião de 2 horas, mais uma viagem de 50km de carro … cheguei ao hotel eram 20h … sem almoço estava cheio de fome e comi que nem um desalmado ao jantar .. só consegui dormir já passava das dez da noite e levantei-me às 6h para ir fazer o tal último treino de 14km de que falei mais acima.

sempre a passear ...

Durante o dia mais 300km de carro, 4 reuniões e um jantar com um agente … despachei-me cedo … eram 21h e estava no quarto do hotel para ligar para casa e dedicar mais algum tempo a responder a alguns mails de trabalho que se vão acumulando durante os dias que passo fora. Quando desliguei a luz para dormir já devia ser perto da meia-noite.

Na 4ª era dia de descanso .. de treino … mas eram 7h estava firme e hirto, de banho tomado, cheiroso, e com o pequeno-almoço tomado, dentro do carro do meu agente a arrancar para mais um dia de muitos km de estrada, uma grande apresentação num potencial novo cliente e depois mais outro cliente e por fim mais 200km para chegar ao aeroporto de Bremen de onde regressei ontem, num voo às 6h de manhã … o que implicou levantar às 3h30 (alemãs) que equivalem a 2h30 em Portugal. O voo não foi directo … Bremen-Frankfurt, Frankfurt-Porto …

sempre a passear ...

já em Portugal ainda fui esticar as pernas

E hoje foi dia de trabalho normal, 8h (um pouco depois como sempre 😉) estava no escritório e no fim do dia ainda fui para o Porto, pois havia o lançamento da monografia da CINCA … cheguei a casa há pouco, bem depois das 22h.

Quando estou em casa o rodopio normal da nossa família tb é enorme … a Dora tb sai cedo e chega tarde … a Sara é pequena e precisa de atenção … a nossa sorte é a ajuda dos meus pais, que ficam com ela durante o dia, o que nos facilita muito nos horários de “entrega” e “levantamento” da criaturinha. E a gente lá em casa, dentro do caos de tempo e de imprevistos lá nos vamos safando até bastante bem … as noites não são más de todo, mas não existem noites inteiras a dormir … e para cumprir os afazeres mínimos é difícil haver dia em que se vá dormir antes da meia-noite. A verdade é que a gente se safa … mas tb é verdade, que transpondo isto para um “descanso” necessário para um “atleta” levar uma preparação de uma Maratona a sério, é complicado. É como é ….

Não me estou a queixar de maneira nenhuma, nem a querer arranjar qualquer desculpa se a coisa correr mal no domingo. Quando defini o objectivo já sabia que ia ser assim…

O caminho até aqui foi fantástico … estou em grande forma, evoluí muito nestes meses e sinto-me bem. Baixar as 3h na Maratona é muito difícil para alguém do meu nível, mas eu acredito que num dia bom, num dia em que tudo se alinhe na perfeição, pode sair.

num dos fins de semana que passei em casa tive visitas VIP do mundo da corrida ... dois treininhos com esta malta ... 

no longo de 32km, o chamado "teste", a coisa correu mal e arrastei-em nos últimos km ... é o que digo ... querem-me matar

E se não sair, o que é mais que possível (há que ser realista), todo o caminho feito já valeu bem a pena … e há outros resultados que me deixariam igualmente nas nuvens 😉

Domingo lá estarei firme e hirto (pelo menos na linha de partida 😊) … depois logo veremos se me consigo vencer …. corro contra mim mesmo e sou um gajo duro de bater … vou para a minha 20ª Maratona de estrada, o meu melhor tempo é de 3h06 e uns pozinhos … vamos lá ver o que sai … para quem tb vai enfrentar o bicho, força nessas canetas, vemo-nos por lá … para quem vai apoiar a malta, se me virem mandem um incentivozinho aqui ao velhadas, mesmo que não responda (não levem a mal), é sempre uma forcinha incrível que nos dão😉

Agora é enfrentar a Raínha das Provas de estrada … a Maratona não faz inimigos, coloca-nos sempre no nosso devido lugar … e eu adoro!!!

4,16m/km é a média para o objectivo maior .... se fizer 4,24m/km e tiver dado tudo não ficarei minimamente chateado ;) .... Tic, tac, tic, tac ….